sábado, 11 de setembro de 2021

Final de um ciclo: 2 anos de Etec Cepam


Esta semana marcou a finalização de mais um ciclo de 2 anos na Etec Cepam. Como disse a colegas e estudantes, me senti em final de temporada, rs. 


E, nesta segunda temporada, novamente aprendi muito e conheci pessoas incríveis, com as quais pude compartilhar cotidianamente dessa aventura do pensamento que é o ofício docente. 


Os últimos dias foram intensos. Ponderei muito sobre a importância da educação em minha vida e na vida de estudantes com quem convivi em aulas semanais nos últimos dois anos. Acompanhei algumas turmas desde o início do ensino médio até agora no terceirão, com estudantes prestes a se formar, terminando TCCs, gradativamente a construir o sonho do ensino superior e imaginando seu futuro profissional. Uma peculiaridade foram as turmas que iniciaram o 1º ano agora na pandemia, entre telas. Cada dia de aula era sempre único diante do desafio que, estudantes e professoras(es), tínhamos em comum, de lidar com toda aquela dinâmica da ambiência online sem termos tido um contato presencial anterior a tudo isso. Aprendi muito, muito mesmo com essa experiência...



A supervisão de uma pré-iniciação científica, junto com a Valéria Cazetta e tendo três estudantes como bolsistas do CNPq (Anna Julia, Beatris e Livia), foi sem dúvida um dos marcos desse período. Aprendi muito com essa experiência. Foi muito bonito acompanhar a transformação paulatina e significativa na vida das estudantes (e também na minha) durante esse processo. Acompanhar periodicamente suas pesquisas, perceber mudanças no modo de escrever, de apresentar suas ideias nas reuniões, nos debates, nas trocas. Muito bom. 



E articulada a essa experiência, ocorreu uma outra, a participação no evento “O Ambiente Escolar em Transformação” que teve a Valéria como uma das organizadoras pelo IEA-USP. Além das pesquisas da pré-IC, Anna e Beatris participaram de uma mesa de debates que mediei, e, para a qual, nos preparamos por alguns meses, num processo intenso de diálogo e escrita. Muito feliz pela oportunidade de ter vivido isso - https://youtu.be/JdCjDVOpHUo





A Semana Paulo Freire, em maio, foi um outro marco dessa “segunda temporada”. Foi intensa e bonita a maneira como a gente foi construindo o evento, dialogando, planejando, dividindo o trabalho em equipes, convidando pessoas queridas para compor os debates... foi muito bacana, inesquecível! (spf.gestaopublica.etc.br). 


E tudo isso nesse contexto difícil de pandemia, crise política, desemprego... 




Assim foram esses dois anos. As aulas entre o final de 2019 e o começo de 2020 foram presenciais, mas depois tivemos que lidar cotidianamente com essa ambiência entre telas. Inclusive, ao selecionar fotos para compor essa postagem, notei que, desta temporada, tenho poucas imagens arquivadas. Em outro momento, presencialmente na escola, fazíamos mais fotos. Dessa vez restaram apenas alguns prints solitários das reuniões em plataformas de videoconferência, além de uma ou outra foto que postei no instagram nas andanças do início de 2020 na Usp, a caminho das aulas.




Deste modo vivi esse ciclo, entre aulas diárias, reuniões, conversas, sistemas, plataformas, pdfs, links, agendas, grupos e mais grupos de whatsapp, e-mails... entre uma e outra live, um e outro encontro, tentando articular o que nos era possível de debates e diálogo para lidar com esse período remoto. 


Preciso dizer, é uma pena que os contratos de professores/as cada vez mais funcionem nessa lógica de contratos temporários... essa é uma parte triste de tudo isso que vivi. Não apenas eu, mas tantos outros/as colegas, excelentes professores/as também passam continuamente por essa interrupção. Descontinuidades que ocorrem tendo em vista esse tipo de contratação, por tempo determinado, amplamente utilizado na educação de modo geral... 


De todo modo, levo comigo todas essas experiências e fico feliz por ter compartilhado inúmeras delas com as/os colegas professoras/es e de ter participado desse período da formação de tantos jovens estudantes, por quem torço muito para que conquistem seus objetivos e sonhos. Foram dois anos de muito crescimento e aprendizado, dos quais sentirei saudades. 


.


segunda-feira, 16 de agosto de 2021

O Ambiente Escolar em Transformação

 


O Ambiente Escolar em Transformação

Participei da Mesa 1: A escola antes, durante e depois da pandemia: reflexões de profissionais e estudantes da educação básica

O objetivo deste evento é reunir pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento – educação, psicologia, psicanálise, medicina, geografia, arquitetura – profissionais e estudantes da educação básica, para refletir sobre a escola como ambiente destinado à formação das novas gerações na contemporaneidade. A partir de uma perspectiva interdisciplinar, pretende-se considerar os diferentes sentidos do termo ambiente, não apenas o ambiente natural e as condições do espaço físico ocupado pela escola, mas também a configuração social, histórica, política, tecnológica e ainda as relações afetivas que envolvem as crianças e os adolescentes em seu processo de escolarização.





terça-feira, 6 de julho de 2021

Texto publicado: O dia que o audiovisual invadiu a aula de geografia e (des)norteou o cinema

 

 

O dia que o audiovisual invadiu a aula de geografia e (des)norteou o cinema

 Resumo

Nosso intuito, neste texto, é apresentar os resultados de um estudo realizado pela Rede internacional de pesquisas “Imagens, geografias e educação” acerca de como professoras/es de geografia relacionam cinema e práticas docentes. Valemo-nos de parte das respostas desse estudo para ponderar como materiais cinematográficos e audiovisuais são empregados nas ambiências escolares. Relacionamos tais ponderações com macrodiretrizes do setor audiovisual brasileiro e observações acerca do uso corriqueiro do audiovisual em nossas vidas na contemporaneidade. Nossa hipótese de trabalho é que o encontro entre geografia, cinema, audiovisual e educação acontece numa fronteira tênue, especialmente no contexto da sociedade educativa – epicentro de um modo de vida alicerçado no aprendizado vitalício, que tem nos materiais audiovisuais uma de suas grafias fulcrais. Para esquadrinhar essa hipótese, articulamos quatro peças discursivas por meio de uma análise micropolítica, e, concluímos que, a partir do referido encontro, haveria algo de paradoxal em torno do que viria a ser o sentido e o não-sentido na educação geográfica. O sentido costuma ser entabulado, na esteira das pedagogias construtivistas, à axiomática de que, para aprender, é condição sine qua non, despertar o interesse dos estudantes para algo ou alguma coisa. O não-sentido seria o oposto disso, ou seja, acontecimentos rotineiros que, ao atravessarem e modificarem as dinâmicas do tecido social, adentrariam as aulas de geografia, embaralhando as fronteiras entre o cinema e o audiovisual.

DOI: https://doi.org/10.20396/etd.v23i2.8661484

Palavras-chave: Educação, Cinema, Audiovisual, Ensino de geografia, Mudança social e educação

 PDF com o texto completo: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8661484/26706

 **

Sobre as autoras
 

Valéria Cazetta
Geógrafa, mestre e Doutora pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Rio Claro, SP, Brasil. Atualmente é professora na Licenciatura em Ciências da Natureza, no Programa de Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política e líder do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Culturas Visuais - Miragem - da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
 

Ingrid Rodrigues Gonçalves
Bacharel em Gestão de Políticas Públicas pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades e mestra em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e pesquisadora do Miragem - Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Culturas Visuais - da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Atualmente é docente no Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, SP. Brasil.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Essay: The pixel fever (Ensaio: A febre do pixel)



ABSTRACT
In the cinematographic industry, the standard media formats changed from film to digital formats, but these changes are not located only in art territories. Nowadays, digitalization processes are increasingly part of our daily practices. We constantly need to deal with a large range of commonplace situations that demands us to be connected with softwares applications, implying that we produce and share a considerable amount of sounds and images. For some of us, especially the younger ones, born in the 2000s, used to dealing with gadgets since the early age, mechanical and analog processes may seem to be part of a very different world. The purpose of this essay is to discuss what we are calling “the pixel fever”, this contemporary movement of our lives that merges our organic life with our digital trajectories, considering that to produce and discard digital data is already part of the routine of many of us. This essay is divided into three parts. Firstly, we aim to highlight some aspects of this entrance of digital gadgets in our lives. To do this, we start talking about the digitalization processes in the film industry focusing on the Brazilian public policy Cinema Near You, that supported this transition in movie theaters. Secondly, we move on to highlight some broader problems of this “pixel fever”: the aesthetical risk, the digitalization of jobs, and the energy consumption derived from the handling of digital materials. Finally, we conclude thinking about some parallels between these problems emphasized and our contemporary lives. With these interdisciplinary ponderations, starting by some examples from audiovisual practices, we aim to contribute to the discussions about the contemporary social changes related to digitalization processes spread in several research areas. 
Keywords: Public Policy. Digital transformation. Audiovisual. Social Change. Interdisciplinarity. 

RESUMO
O suporte padrão utilizado pela indústria cinematográfica foi alterado da película para os formatos digitais, mas essas mudanças não estão localizadas apenas em territórios artísticos. Nos dias atuais, os processos de digitalização integram, cada vez mais, nossas práticas cotidianas ao lidarmos com inúmeras situações que demandam a utilização de aplicativos. Assim, produzimos e compartilhamos a todo instante quantidades consideráveis de sons e imagens. Para alguns de nós, especialmente os mais jovens, nascidos a partir dos anos 2000 e acostumados a lidar com gadgets desde a infância, os processos mecânicos e analógicos constituem, provavelmente, um meio bem diferente. O objetivo desse ensaio é, portanto, ponderar acerca do que estamos chamando de “a febre do pixel”, movimento contemporâneo no qual amalgama-se vida orgânica e trajetórias digitais, considerando que produzir e descartar dados digitais já faz parte das rotinas de muitos de nós. Dividimos esse ensaio em três partes. Na primeira abordamos alguns aspectos da entrada dos gadgets digitais em nossas vidas, tratando dos processos de digitalização na indústria cinematográfica, especialmente a política pública brasileira Cinema Perto de Você, que auxiliou no processo de transição do analógico para o digital nas salas de cinema do Brasil. Na segunda parte, ressaltamos problemas mais amplos da febre do pixel, quais sejam, riscos estéticos, a digitalização dos empregos e o consumo de energia derivado do manuseio de materiais digitais. Finalmente, na terceira parte, traçamos paralelos entre os problemas decorrentes da febre do pixel e a vida na atualidade. Objetivamos com essas ponderações interdisciplinares, construídas a partir de práticas audiovisuais, contribuir com as discussões sobre as mudanças sociais contemporâneas relacionadas aos processos de digitalização propagados em diferentes áreas de pesquisa. 
Palavras-chave: Políticas Públicas. Transformação digital. Audiovisual. Mudança Social. Interdisciplinaridade. 


About the authors (sobre as autoras)

Ingrid Rodrigues Gonçalves
Bachelor's degree in Public Policy Management from the School of Arts, Sciences and Humanities and Master's degree in Education from the Postgraduate Program in Education and researcher of Miragem - Interdisciplinary Research Group on Visual Cultures - of the University of São Paulo, São Paulo, SP, Brazil. She is currently a teacher at The Municipal Administration Study and Research Centre of the Paula Souza State Centre for Technological Education, São Paulo, SP, Brazil. Brazil.

Bacharel em Gestão de Políticas Públicas pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades e mestra em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e pesquisadora do Miragem - Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Culturas Visuais - da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Atualmente é docente no Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, SP. Brasil.



Valéria Cazetta
Geographer, Master and PhD from the Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Rio Claro, SP, Brazil. She is currently a professor in the Licenciatura em Ciências da Natureza, in the Programa de Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política and leader of the Interdisciplinary Research Group on Visual Cultures - Miragem - of the School of Arts, Sciences and Humanities of the University of São Paulo, São Paulo, SP, Brazil. 

Geógrafa, mestre e Doutora pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Rio Claro, SP, Brasil. Atualmente é professora na Licenciatura em Ciências da Natureza, no Programa de Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política e líder do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Culturas Visuais - Miragem - da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.


GONÇALVES, Ingrid Rodrigues; CAZETTA, Valéria. The Pixel Fever. Management & Public Policies Journal, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 104-116, 2020. DOI: 10.11606/rgpp.v10i1.176273. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rgpp/article/view/176273. Acesso em: 15 apr. 2021.





***