sábado, 28 de outubro de 2017

terça-feira, 11 de julho de 2017

Labaredas




o fogo afoga
queima sem queimar a sarça 
vermelha o verde, amarelando

noutros turnos dançaria palavras cinzentas

corrida ao vento
ciranda esfumaçada
luz vibrante esboroando céu, chão, pulmão...

estatuei assistindo a sinfonia das chamas


I.


Imagem: Stephen Lack



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sábado, 22 de abril de 2017

UMA DANÇA DOS CORPOS FÍLMICOS






Publicado no dossiê EDUCAÇÃO, VISUALIDADES E ESPACIALIDADES NO CONTEMPORÂNEO da Revista ETD - Educação Temática Digital. v. 18, n. 4 (2016).


UMA DANÇA DOS CORPOS FÍLMICOS (clique aqui para acessar o texto)
Ingrid Rodrigues Gonçalves


Para saber mais sobre o dossiê e os autores, acesse:   http://miragemcveg.blogspot.com.br/2016/11/educacao-visualidades-e-espacialidades.html





UMA DANÇA DOS CORPOS FÍLMICOS (clique aqui para acessar o texto)
Ingrid Rodrigues Gonçalves

Resumo



Este ensaio visa tecer linhas transversalmente, com uma perspectiva pós-estruturalista. Evocamos como intercessores, pensadores como Gilles Deleuze, Giorgio Agamben, Ana Francisca de Azevedo; cineastas, técnicos e projecionistas, tendo nestes últimos, um estudo de caso que enlaça nossas ponderações, produzindo espécie de falcaça nos fios que puxamos. Desenvolvemos uma reflexão sobre os corpos como suportes e sobre os suportes como corpos. Levamos em conta que: os movimentos de nosso pensamento, podem atuar de modo semelhante aos projetores cinematográficos, dispondo imagens no tempo, nas "telas" de nossas vidas; há um processo em curso de substituição do suporte padrão cinematográfico, do filme fotoquímico para os pixels; películas e seus agenciamentos estão sendo substituídos pelo cinema digital, que demanda e produz corpos com outras trajetórias, singrando novos campos de possíveis no que tange às produções audiovisuais, pois as imagens digitais por se tratarem de pontos fotográficos binários podem ser copiadas e modificadas “ad infinitum”, descerrando possibilidades estéticas; por sua volta, experimentações dos modos de fazer relacionados à película constituem-se como experiências singulares, que percorrem outras linhas. Esta é uma discussão de vulto na contemporaneidade, tendo em vista que a transição tecnológica tem desterritorializado os saberes relacionados ao fazeres cinematográficos com película fotoquímica e, noutro turno, que nossas relações interpessoais têm sido cada vez mais mediadas por imagens-projetadas em telas e sua produção via corpos-pixel, em variados dispositivos.