segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Texto publicado: Diálogos com a chama viva dos arquivos mortos


Acaba de ser publicado o ebook "Arquivos, memórias sensíveis e educação". Uma coletânea de trabalhos apresentados no III Simpósio Arquivos & Educação, realizado no IEB-USP em 2018.



"Este livro, que agora vem a público, colige a coletânea de trabalhos apresentados no III Simpósio Temático Arquivos e Educação, realizado no Instituto de Estudos Brasileiros, nos dias 8 e 9 de novembro de 2018, tendo por título “Arquivos, Memórias sensíveis e Educação”. O evento foi promovido pelo Grupo de Pesquisa q Arquivos, CNP Educação e Práticas de Memória: diálogos transversais, coordenado pelas professoras Adriana Carvalho Koyama (Faculdade de Educação/Unicamp) e Ivana Denise Parrela (Escola de Ciência da Informação/UFMG), que assinam juntas a organização deste volume, e contou com parceria do Educativo do IEB." 
(TRECHO DA APRESENTAÇÃO)

***

Colaborei com um dos textos do livro, intitulado Diálogos com a chama viva dos arquivos mortos.


Acesso via QR code, ou pelo link: https://drive.google.com/file/d/1umcB5SlQjWEKi7k8vQGYFH5v-2VcB3X-/view





RESUMO
O termo arquivo morto sobreleva uma (in)congruente e (in)coerente beleza, pois resiste aos manejos e riscos dos tempos, a ponto de compor com alguém linhas vitais.Trata-se, de certo modo, de um sobrevivente. O encontro com arquivos deste tipo pode abrir múltiplos caminhos composicionais, por meio dos quais pensamos, aprendemos e forjamos nossas existências. Este texto indaga tais movimentações com apoio nos filmes Santiago, de João Moreira Salles (2007), e Por Parte de Pai, de Guiomar Ramos (2018). Pensamos com os vários encontros que pulsam: a justaposição entre o gesto de produzir seus arquivos de vida e com eles conviver, encarnada por Santiago, entrevistado retratado por João Moreira Salles, e o encontro posterior do cineasta com esses arquivos e o material bruto do filme, os quais, uma vez revolvidos, mobilizaram a composição de uma existência outra, completamente diferente daquela planificada em roteiro anos antes. O filme de Guiomar Ramos trata dos encontros com seu pai, Vitor de Almeida Ramos, adentrando ilhas de silêncio e fazendo falar “um outro” pai – agora, nos e dos documentos –, diálogos compostos nas fricções dos encontros de diferentes pontas de tempo. Nos dois filmes, os diálogos estabelecidos têm características semelhantes. Em um primeiro momento, estabeleceu-se o que propomos chamar de “diálogos em hiato”. Em um segundo momento, os diálogos se deram de modo outro, desta vez, em delay, via arquivos, conectando forças não previstas de antemão. Ambos, cada um a seu modo, produziram baralhamentos de tempos e rumos da mais bela força vital – chamas de vidas a fazer arder arquivos vivos e mortos e, em seus rastros, chamuscar outras coisas, outras linhas, outras vidas, quiçá.

Palavras -chave: Arquivo. Arquivo morto. Arquivo vivo. Educação. Cinema.




.